#SemanaFeminismo #2:Desde quando você é feminista? - Com Katia Viula

De início, a pergunta estava inclusa na Tag que a Katia tinha respondido juntamente com outras escritoras convidadas, mas eu gostei tanto da resposta dela que achei que seria triste cortar pedaços para caber na tag, e decidi deixar uma postagem inteira para ela ♥ Espero que vocês gostem tanto quanto eu :)

Desde quando você soube que era feminista?

Desde que comecei a lutar pelos direitos da mulher e contra comportamentos machistas, mesmo sem consciência de que essa foi uma luta iniciada pelas feministas, eu, Katia Viula, já era uma delas. Mas adquiri essa consciência de que era feminista muito tardiamente, quando iniciei minhas leituras a respeito do tema. Tal consciência não foi imediata, ela foi tomando forma aos poucos e se concretizou, quando a indignação com as consequências de atos machistas e misóginos da sociedade e, principalmente, do poder legislativo se tornou pesado demais para mim, a ponto de me mover no combate a esse câncer que destrói as mulheres e adoece a sociedade como um todo. 

Comecei, então, a usar as armas que tinha à minha disposição: a literatura. Passei a me dedicar à produção de literatura LGBT, em especial contos lésbicos com dois propósitos: visibilizar o amor entre mulheres, colocando-as como senhoras do seu próprio desejo e prazer e combater o fundamentalismo religioso responsável por impregnar tanto preconceito na sociedade. Em seguida, passei a tratar do tema “LGBT” em geral com poesia celebrando o amor e o erótico em sua diversidade e combatendo a LGBTfobia. Parte do meu trabalho está disponível gratuitamente na minha página no Facebook Literatura LGBT por Katia Viula e outra parte em ebooks no site www.amazon.com.br com os títulos “DivaGay”, “Ela conta tudo...” e “Controversos, o contemporâneo em prosa e versos”.

Há mais ou menos 5 anos comecei a escrever a minha biografia com o intuito de desconstruir o cristianismo fundamentalista seletivo que se apropria da parte que interessa do Velho Testamento para excluir e perseguir certas minorias e subjugar as mulheres que não são a minoria, mas que são silenciadas e colocadas sempre a serviço do crescimento, da projeção e do bem-estar do marido, subserviência que Cristo nunca ensinou. Por motivos de força maior a biografia não saiu, mas saiu o ebook de contos “Ela conta tudo...” que narra parte da minha história de maneira fictícia, partindo do universo fundamentalista em que vivia para a saída do armário com a conquista da emancipação sexual. Nos contos, as personagens aparecem sob pseudônimos. Além da produção de literatura LGBT, hoje, apesar de não estar mais vinculada a nenhuma instituição religiosa, tenho a página Reflexões sobre o Cristianismo genuíno no Facebook que mostra que é possível ser cristão genuíno e ser LGBT, porque Cristo jamais condenou o amor entre iguais e nunca mandou que as mulheres se anulassem.

O motivo que mais me atrapalhou nesse processo de conscientização de que sou feminista foram os dogmas religiosos aos quais fui submetida no meio fundamentalista cristão, primeiro no catolicismo até os 14 anos e, em seguida, no meio evangélico dos 14 aos 34 anos, período em que mal tinha consciência política e não exercia a minha cidadania plenamente devido ao fanatismo religioso em que estava mergulhada. Só me reconheci lésbica por volta dos 26 anos e só tive o primeiro relacionamento aos 34 anos, momento em que rompi com o fundamentalismo religioso e comecei a tomar as rédeas da minha vida e a exercer a minha cidadania plenamente inclusive militando contra o machismo, o patriarcado e a misoginia, como uma feminista que se preza. Hoje tenho 44 anos e 3 ebooks já citados acima que levam à reflexão sobre: o exercício da cidadania, a emancipação feminina e o amor e o erótico em sua diversidade. E, sempre que posso, faço a minha militância política em defesa da mulher, dos LGBTs e dos direitos humanos em geral nas redes sociais.


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21 comentários

  1. Oi Dryh, o post está ótimo e muito esclarecedor como sempre. Gosto muito de acompanhar sobre o assunto, ainda mais pela importância do mesmo. Precisamos falar mais sobre k assunto e dar mais espaço em nossas vidas para esse tipo de discussão.
    Beijos, Fer

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  2. Obrigada pelo privilégio de publicar o meu texto na íntegra numa página exclusiva, Dryh Meira. Espero que as leitoras gostem.

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  3. Oi Dryh. Eu não conhecia a Katia e nem as obras dela, mas gostei de ler o texto e realmente você tinha razão, não seria justo cortar um pedaço para colocar na tag, o texto na íntegra está muito bom. Eu li apenas um livro LGBT e foi uma surpresa p orque eu não esperava, achei bem diferente e gostei do enredo.

    Acho que o feminismo precisa mesmo ser melhor discutido e esse projeto está super bacana, quero ver as próximas postagens.

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  4. Oi Dryh, achei pertinente a Katia mencionar a sua dificuldade em se entender feminista sob a perspectiva da religião. Acho importante salientar que muitas mulheres em culturas cristãs, não se permitem a igualdade em função destas doutrinas. Independente da sua orientação sexual. Amei o post e já estou compartilhando!!!
    MEU AMOR PELOS LIVROS
    Beijos

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  5. Que ideia maravilhosa! Muita gente ainda precisa entender o que é Feminismo e espero que isso ajude muito. E parabéns por colocar a entrevista inteira. A Katia foi maravilhosa.

    Abraços!

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  6. Oi Dryh, tudo bem?
    Adorei esse post, é muito importante que as pessoas compreendam melhor sobre o Feminismo porque muita gente tem ideias erradas a respeito e isso pode ajudá-las a compreender melhor o assunto e, quem sabe, começar a respeitar as mulheres devidamente.
    O que aconteceu com a Katia é o que sempre vemos no nosso cotidiano, o fanatismo religioso impede que as pessoas vejam as coisas com mais clareza e é algo triste de perceber.

    Beijos! ♥

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  7. Oi, Dryh! Tudo bem?
    Eu amei o texto! Ainda não conhecia a Katia, mas fiquei com a forma como ela demonstra a importância do feminismo. Finalmente este tema tem se tornado algo mais presente em nosso dia-a-dia e acho que autoras como a Katia contribuíram muito com isso, de certa forma. A questão da visibilidade LGBT também é muito importante, e achei muito bonita a forma como ela conta que conseguiu abordar as duas temáticas em suas obras. Beijos! ^-^

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  8. Oi Dryh,
    que resposta coerente... Sou super a favor do movimento, embora existam um ou outro que denigrem e distorcem a ideia original, o que é muito triste, sou a favor da expansão desse movimento, e torço por um dia em todas as mulheres saibam reconhecer seus valores e tenham seus direitos garantidos.

    Abçs
    Sou bibliófila

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  9. Texto maravilhoso. Infelizmente desde as eras muito antigas as mulheres são criadas para servir aos homens. Conheço mulheres que até hoje servem aos maridos na mesa, na hora do café, servem no copo, no prato, esquentam e tudo o mais, mas porque eles mandam e não por uma gentileza! Pois é, isto é algo estranho e não feito por amor. A gente sempre foi feminista, mesmo que com desejos reprimidos!

    Beijos,

    Greice Negrini

    Blogando Livros
    www.amigasemulheres.com

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  10. Oe, achei muito bacana a forma como a Kátia luta e gostaria de conhecer a literatura que ela produz, até mesmo para desconstruir os preconceitos que as vezes rondam em torno da relação entre mulheres. Adorei a semana feminismo e espero poder conferir os próximos posts.

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  11. Dryh lindona amei o texto e a forma como a autora usa seu dom da escrita para levar o feminismo e esclarecer muitas questões é muito interessante e alcança muitas pessoas. Amei a postagem muito clara e objetiva por parte da autora. beijos.

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  12. Oi! Achei bem bacana o texto dela, mas eu não gosto muito de dar a minha opinião sobre o feminismo pois embora eu seja mulher não entendo direito o que é o feminismo. Até que ponto ele é pela luta de direitos iguais da mulher e em que ponto ele vira quase a mesma coisa que o machismo mais feminino. Porque vou ser sincera eu gosto de que meu noivo abra a porta do carro, pague a conta da restaurante e não me sinto incomodada com isso. E ultimamente vejo mulheres reclamando sobre isso como se fosse machismo, e o que na verdade eu enxergo como gentileza!
    Agora o direito da mulher de ter um mesmo emprego, poder fazer as mesmas coisas que um homem e principalmente ser respeitadas ai sim eu concordo com o feminismo. Pois a violência contra a mulher existe a ainda existe muito. E isso é algo pelo qual temos que lutar para que um dia acabe.
    Desculpa meu comentário mas realmente sou muito leiga nesses assuntos!
    bjs

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    Respostas
    1. Oii, Camila ^^
      Então, este que você mencionou seria o femismo, ele sim é o inverso do machismo. Eu expliquei sobre todos eles neste post, se você quiser dar uma olhada: http://shakedepalavras.blogspot.com.br/2016/05/semanafeminismo-1-introducao.html

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  13. Oi
    Super bacana o texto da Kátia.
    Eu comecei a ser mais feminista, se é que tenho propriedade para falar assim, quando convivendo com uma amiga bastante atuante fui entendendo as causa e a luta. Antes tinha um conceito errado, mas hoje super defendo o emponderamento feminino.
    Estou adorando esse semana!
    Beijinhos
    Rizia - Livroterapias

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  14. Oi, flor.

    Nossa! Bem legal e esclarecedor o texto da Kátia. Vejo que ela lutou e ainda luta pelos direitos femininos, LGBTs e direitos humanos em geral. Gostei bastante de ela ter usado a literatura para lutar contra esse mundo opressor. Esse é um tema que gera muita discussão e é bem comum hoje em dia.

    Beijos!
    www.anebee.com.br

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  15. Olá Dryh,
    Adorei o texto da Katia.
    Infelizmente, o que ela viveu muitas mulheres já viveram: precisaram se anular em prol de uma religião. Ainda bem que ela pôde ser feliz e assumir sua homossexualidade. Tenho certeza que, depois disso, ela se sentiu muito melhor.
    Outro ponto que ela disse, é o fato de que, por vezes, não sabemos que somos feministas, apenas somos.
    Estou encantada com o texto.
    Beijos,
    Um Oceano de Histórias

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  16. Primeira vez no seu blog, e já estou gostando.
    Nunca li nada da Katia, mas pelo que li aqui já gostei dela.
    As mulheres tem sim que lutar pelos seus direito, pois não somos capacho de ninguem e somos mais forte do que pensamos.
    Achei bem legal da Katia produzir a literatura LGBT pois existe poucos que tem a coragem por causa dos coméntarios de quem não gosta

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  17. Aaaah que semana ❤❤

    Sabe, eu admiro muito o movimento e apoio, mas confesso que não é fácil. Acho que somos tão criadas de maneira errada que o machismo está impregnado nas nossas atitudes, precisamos aprender a cortalo aos poucos. Quando vejo autores usando suas obras para quebrar paradigmas eu me encho de orgulho.
    Adorei esse texto, inspirador.

    Beijinhos

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  18. Ola. nossa que texto bem escrito, esse é um assunto muito importante que precisa ser discutido, o preconceito precisa ser superado e é preciso ter sabedoria para diferenciar religião do amor ao próximo o do direto que cada um tem de fazer suas próprias escolhas.
    bjs.
    seforasilva.blogspot.com

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  19. Olá!

    Adorei essa postagem,principalmente da consciência de dizer que Cristo nunca foi contra a mulher e nem qualquer tipo de amor. Infelizmente normalmente as pessoas pegam a raiva que tem de religiosos extremistas e falam mal de religiões, de Deus e de Cristo. Quando na verdade esses fanáticos se apegam ao que querem do velho testamento e esquecem que quando Cristo veio, ele veio para quebrar esses velhos dogmas e tudo o que ele pregou foi o amor. Me interessei muito em ler o que ela tem a dizer sobre tudo isso.


    Beijinhos!
    Cantinho Cult

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  20. Oi *--*

    Não conhecia a Katia mas já adorei a forma como aborda a importância do feminismo. Estou adorando essa abordagem que você está tendo sobre o assunto e creio que vai esclarecer bastante sobre o assunto para aqueles que mal entendem.

    Bjos
    http://rillismo.blogspot.com.br/

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Oiê! Muito obrigada por passar por aqui, deixe um recadinho com o link do seu blog e a gente dá uma passadinha lá mais tarde :)

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