#SemanaFeminismo #3: O papel de parede amarelo

No terceiro dia da #SemanaFeminismo, eu trouxe uma resenha \0/ A ideia de fazer esta semana veio justamente do livro resenhado de hoje, eu sabia que precisava fazer mais do que só postar a resenha dele aqui no blog. Eu queria incentivar a leitura do mesmo, queria mostrar como é importante saber do que ele se trata, e sobre o que o feminismo trata, queria fazer mais. Espero que eu esteja pelo menos perto de alcançar o objetivo...haha'

Espero que gostem da resenha :)

Título: O papel de parede amarelo
Autora: Charlotte Perkins Gilman
Editora: José Olympio (cortesia do Grupo Editorial Record)
Páginas: 112
Edição: 1
Lançamento: 2016
Sinopse: Este clássico da literatura feminista foi publicado originalmente em 1892, mas continua atual em suas questões. Escrito pela norte-americana Charlotte Perkins Gilman, ele narra, em primeira pessoa, a história de uma mulher forçada ao confinamento por seu marido e médico, que pretende curá-la de uma depressão nervosa passageira. Proibida de fazer qualquer esforço físico e mental, a protagonista fica obcecada pela estampa do papel de parede do seu quarto e acaba enlouquecendo de vez. Charlotte Perkins Gilman participou ativamente da luta pelos direitos das mulheres em sua época e é a autora do clássico tratado Women and Economics, uma das bíblias no movimento feminista. Esta edição de O papel de parede amarelo, que chega às livrarias pela José Olympio, traz prefácio da filósofa Marcia Tiburi.
Resenha

Neste conto, conhecemos uma mulher que vive no século XIX e sua quase libertação do machismo aparente na sociedade. Doente, ela é obrigada a passar algumas semanas numa casa de campo juntamente ao marido, um médico renomado que acredita que a depressão da esposa é algo passageiro, e que, sendo uma mulher, ela precisa ficar quietinha sem fazer nada para melhorar.

Mas o quarto onde o casal se instala tem um papel de parede amarelo horrível que faz o estômago da protagonista se revirar, e, de início, ela odeia aquele papel detestável. Mas ao longo das semanas, a personagem passa a ficar obcecada com a estampa do papel, que parece ter um padrão. Ela vê naquele papel de parede amarelo a forma de uma mulher presa atrás de grades, tentando se libertar.

Lá vem John; preciso pôr isto de lado – ele detesta que eu escreva. – página 18

Dá para perceber a repreensão que a mulher sofre nas mãos do marido, mesmo que ela diga o tempo todo que ele é amável e só quer vê-la bem. Ele a chama de “bobinha” e a trata como criança várias vezes na história. Ele a faz acreditar que ela não é capaz de fazer atividades comuns, e que, sendo uma mulher, ou seja, um ser “frágil”, ela precisa descansar para melhorar em amor a ele. Não melhorar por ela, mas por ele, pois eles só haviam se mudado (palavras dele) por causa dela.
 Disse que eu era sua amada, seu consolo e tudo que ele tinha, e que devo cuidar de mim mesma por amor a ele e manter-me saudável. – página 37

Não conhecia esse conto até recebe-lo da editora, e fico feliz por tê-lo recebido, pois foi uma leitura incrível. Ver a protagonista anotando coisas num diário para se manter sã, tentando desvendar o padrão de um papel de parede para se distrair, e tentando fugir da loucura que ameaçava engoli-la por completo foi incrível, mas o melhor foi vê-la tentando se libertar do marido e ver como a autora escreveu bem esse conto, e o início pela luta de igualdade de gêneros.

Não quero sequer olhar pelas janelas – há tantas mulheres rastejando, e elas rastejam tão depressa! Fico imaginando: e se todas saírem do papel de parede como eu saí? – página 67

Há uma grande semelhança desse conto com a vida da autora, ela também tivera depressão e fora diagnosticada como a protagonista, um tipo de “tendência histérica” por um médico também renomado, ela fora internada num sanatório e quase perdera a sanidade. Saber disso me fez gostar ainda mais do conto, pois ele me pareceu ainda mais realístico.
Este conto está mais do recomendado a todos, acreditem em mim quando digo que vale muito a pena conhecê-lo.

Outras postagens da #SemanaFeminismo:

20 comentários

  1. Oiê!
    Eu acho muito legal essa mulheres que lutam contra o machismo, mas de forma saudável. É bom sabe que você não queira apenas jogar uma resenha nas nossas cabeças, mas também nos consientizar sobre o que acontece rsrs. Achei a sua resenha muito bacana, não tenho costumo de ler livros assim, mas a sua resenha estímulou dr mais a minha curiosidade rsrs. Espero poder conhecer melhor essa obra e amar tanto quanto você. Até mais vê
    Bjks

    ResponderExcluir
  2. Eu já li esse livro e gostei muito de sua temática. Retrata bem a parte sobre o feminismo mesmo e sua importância, mas o melhor é que podem ter várias interpretações sobre o assunto. O caso sobre a depressão também se evidencia muito e é uma temática que deve ser levada a sério. Vale mesmo muito a pena conhecer o conto!
    Beijos, Fer ♡♡♡♡

    ResponderExcluir
  3. Oi, tudo bem?
    Estou adorando as suas postagens sobre o feminismo, essa conscientização é de extrema importância para que uma mudança de fato ocorra. Achei a resenha do livro muito boa e sem dúvidas ele já faz parte da minha lista de leitura.
    É ainda mais interessante saber que a autora inseriu no livro alguns fatos semelhantes ao que ela vivenciou, conferindo uma veracidade ainda maior ao livro. Espero ler o livro o mais breve possível.
    Beijos

    ResponderExcluir
  4. Oi Dryh, acho esta história muito forte e em função da nossa atual realidade, muito pertinente também. Infelizmente a mensagem trazida ainda é necessária.
    Adorei ler suas considerações.
    MEU AMOR PELOS LIVROS
    Beijos

    ResponderExcluir
  5. Oi, Dryh
    Também amei esse conto e não o conhecia até a editora enviar.
    É bem realista mesmo toda a mensagem, ainda mais pela autora também ter vivido algo parecido. Impressionante como as mulheres eram submetidas a "tantos cuidados", impossível não amar as metáforas e a crítica social desse livro.
    Amei a resenha.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  6. Oi!
    Eu tive a oportunidade de ler esse livro também e gostei bastante do conto, principalmente porque da pra notarmos a evolução da personagem, o fato dela querer se libertar, de questionar o marido mesmo que só pra ela mesma. Nessa época imagino que isso tenha sido muito 'a frente' para as mulheres.

    ResponderExcluir
  7. Oie!
    Eu não imagina tudo o que aconteceria no conto, e mesmo sendo com poucas páginas, o conto é completo, nada fica solto. E pensar que foi escrito há anos, e ainda trouxe um tema bem atual. Uma leitura bem interessante!

    ResponderExcluir
  8. Oi, já vi muitos blogs postando resenha desse livro/conto e todos só elogiavam o livro e fiquei muito curiosa para lê-lo, já que fala sobre feminismo, movimento que apoio e explica como funciona o movimento e esclarece para muitos o que é o feminismo e acho que a autora foi visionária ao escrever seu livro e com certeza está na minha lista de desejados. Amei a resenha e amei saber que a semana é dedicada ao feminismo.
    bjus

    ResponderExcluir
  9. Olá!

    Tenho muita vontade de ler esse. Gosto do tema exposto, esse machismo escondido, essa coisa de "cuidar" e acabar levando a mulher a loucura. É muito contraditório, e na época em que se passa a trama, era ainda mais complicado.
    Gostei da sua semana dedicada ao feminismo! Vou ler os demais posts!

    Bjus
    Blog Fundo Falso

    ResponderExcluir
  10. Oi Dryh, não conhecia nada sobre esse conto e que conto né? Fiquei mais que curiosa em ler, ainda mais depois de saber que a autora também passou por algo parecido com o livro, tenho certeza que deve ter muito dela na personagem. Outra coisa, deve ser bem interessante ver como ela luta com a loucura que a consome cada vez mais, ainda mais nesse casamento abusivo que ela tem. Enfim, definitivamente esse livro deve nos dar um material bem interessante para reflexão.

    Beijos
    Vento Literário / No Facebook / No Twitter

    ResponderExcluir
  11. Oi Dryh, eu li o conto e também gostei muito. É um livro muito envolvente e me prendeu até terminar e ver o que acontecia no final, e confesso que fiquei pasma. Com certeza o feminismo é muito bem retratado.

    Beijos

    http://www.oteoremadaleitura.com/

    ResponderExcluir
  12. Oi Dryh, tudo bem com você?

    Acho muito legais essas semanas temáticas, dedicadas a alguma causa. Já tinha ouvido falar do conto em outro blog, parece ser uma história bem emocionante, ver toda a repreensão que a mulher sofre na mão do marido, ao mesmo tempo em que de alguma forma tenta lutar contra a doença. Fiquei curiosa para ver como a autora lida com o tema do feminismo. Achei interessante essa semelhança com a vida da autora, pois o torna realmente mais real.

    Vou conferir os outros posts da semana.

    Beijinhos,

    Rafaella Lima || Vamos Falar de Livros?

    ResponderExcluir
  13. Olá! :)

    Já ouvi falar bastante do conto e confesso que sao inumeras as resenhas que ja li sobre ele..

    Ainda bem que gostaste! :) Acho que trata de temas grandes, embora seja um conto.. E que se enquadra bem no movimento! :)

    Boas leituras!! ;)
    no-conforto-dos-livros.webnode.com

    ResponderExcluir
  14. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  15. Oi!
    Eu tenho lido muitos comentários positivos sobre esse livro e ele combina mesmo com a semana do feminismo. A história parece ser bem tensa e me deixaria meio revoltada com o tratamento dispensado para a protagonista e saber que é um pouco parecida com a vida da autora me deixa com mais vontade de ler!
    Comentando pela segunda vez porque não consegui confirmar a primeira :)
    Beijos!

    ResponderExcluir
  16. Oi
    Eu não conhecia o livro e como estou mais numa onde de livros pop eu não leria ele agora a não ser que fosse algo com um objetivo mais específico tipo desafio ou meta.
    Disto isso, se esse fosse o caso esse livro me pareceu bem visceral e eu teria curiosidade de ler por essas razões. A sua resenha está excelente falou muito vem do livro deixando aquele gostinho de querer sabasaber mais lendo.
    parabéns

    ResponderExcluir
  17. Oi
    Eu não conhecia o livro e como estou mais numa onde de livros pop eu não leria ele agora a não ser que fosse algo com um objetivo mais específico tipo desafio ou meta.
    Disto isso, se esse fosse o caso esse livro me pareceu bem visceral e eu teria curiosidade de ler por essas razões. A sua resenha está excelente falou muito vem do livro deixando aquele gostinho de querer sabasaber mais lendo.
    parabéns

    ResponderExcluir
  18. Oi, tudo bem?
    Eu recebi esse livro e fiquei bem animada, mas confesso que ainda não tive oportunidade de ler, só que agora com sua resenha fiquei muito mais curiosa kkkk Achei bem interessante o tema abordado e imagino como deve ser difícil acompanhar a personagem, porque é uma situação bem complicada que ela passa, né? Mas acredito que deve ser realmente muito interessante tudo e ainda mais porque tem semelhantes com uma vida real.

    Beijos :*

    ResponderExcluir
  19. Olá!
    Um assunto que vem ganhando força aqui no Brasil e no mundo, mas acredito que aqui no Brasil tem mais. Esse livro é interessante, e vem de um século em que tudo era difícil para nós mulheres, fiquei bem interessada e curiosa. Espero ler em breve!

    Beijos!
    http://lovesbooksandcupcakes.blogspot.com.br//

    ResponderExcluir
  20. Olá!

    Já ouvi falar deste livro antes, mas não tão detalhado. É bem doloroso ver como homens conseguem manipular mulheres muitas vezes e faze-las pensar que não são capazes de muitas coisas, mas claro que também existem mulheres que fazem isso. Achei importante você falar sobre esse livro é acho que é importante lermos esse livro para nós concientizar
    Gostei de saber que essa semana de Feminismo está rolando por aqui, pois gostaria de conhecer melhor sobre o feminismo, já que não tenho muitos conhecimentos.


    Beijinhos!
    Cantinho Cult

    ResponderExcluir

Oiê! Muito obrigada por passar por aqui, deixe um recadinho com o link do seu blog e a gente dá uma passadinha lá mais tarde :)

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...